Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Wednesday, December 20, 2006

I´ll Be Back

Perdão pelo sumiço. Mas esta é a semana mais estressante do mês mais estressante do ano. Volto ASAP.

Monday, December 11, 2006

O Dia Depois de Amanhã

Eu ando estressada por conta do aquecimento global.
É sério.
Fico tensa vendo os documentários do Discovery Channel e lendo as matérias da Superinteressante. Sofro.
Afinal, o Katrina aconteceu logo ali. O tsunami podia ter sido aqui.
As conseqüências dos maltratos humanos ao planeta já afetam o meu (o nosso) dia-a-dia. A tempestade que atingiu São Paulo na semana passada não foi normal. Ainda é primavera! A rua onde fica a agência alagou muito. Todo mundo que estaciona nas proximidades largou o que estava fazendo e saiu correndo. Enquanto isso, no último andar, uma cachoeira invadiu a criação. Quem trabalha ali foi dispensado mais cedo.
Eu, preocupada com o meu Corsinha, ergui as calças até os joelhos, e meti as rasteirinhas douradas no meio da enxurrada (eca). Quase dois palmos de água já haviam invadido o carro. Foi por uma questão de minutos que consegui salvar o motor do afogamento fatal.
Três dias depois, deu na BBC: a rua onde morei em Londres foi atingida por um tornado e 150 casas do noroeste da capital inglesa foram destruídas.
Mas...tornado em Londres? Sim, a cidade que um dia foi famosa por seu fog virou vítima de twisters. E a típica neblina, espessa e charmosa, nunca mais cobriu Westminster ou a City.
Assim como a melancólica chuva fina virou evento raro na terra da garoa. Já faz tempo, São Paulo só vê temporal.

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Thursday, December 07, 2006

Lapa de Baixo

Quem não pega as linhas A ou B da CPTM nem costuma visitar a Editora Três provavelmente jamais tenha passado pela Lapa de Baixo, apelidada carinhosamente de “Bangladesh” pela galera da redação.
Bairro decadente de origem industrial, esse canto espremido entre a Barra Funda e o Piqueri, quase na marginal Tietê, fez parte da minha rotina por quase quatro anos.
As ruas ao redor da estação de trem têm nomes de engenheiros ingleses, como Fox, Harrison e Willian Speers --homenagem àqueles que construíram a São Paulo Railway, que ligou Santos a Jundiaí, via Lapa, a partir de 1867. Todos os dias que passei lá, amaldiçoei as lotações com buzinas engraçadinhas, o comércio informal que impede o fluxo de pedestres na calçada, as biroscas pé-sujo, e os mercadinhos sobrevoados por moscas.
Hoje, porém, lembro com nostalgia daquele tempo em que cruzava com meia-dúzia de vira-latas no caminho do estacionamento pro trabalho e sentia o cheiro de frango assado nas televisões de cachorro.
Outro dia fiquei sabendo que o Oásis (karaokê de dia, bordel à noite) fechou. Não foram poucas as manhãs em que ouvi uma voz aguda e desafinada entoar “Vou choraaaar, desculpe, mas eu vou choraaaaar...” ao microfone.
Sob as chaminés das antigas olarias da região, a fauna é composta de ambulantes barulhentos, trabalhadores que pulam o muro da estação para não pagar a passagem e prostitutas à porta dos hotéis baratos. Às sextas-feiras, as padocas e botecos espalham mesas de alumínio pela calçada e aumentam o som do radinho. Forró e cerveja rolam soltos – até os vira-latas participam.
Na Lapa de Baixo, há história a cada esquina, lendas que sobrevivem e uma doçaria que vende brigadeiros divinos.

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Wednesday, December 06, 2006

A Indústria Acima da Arte

Acho o máximo que o país onde vivo esteja na rota das turnês mundiais de bandas bacanas como Pearl Jam, Rolling Stones e Oasis.
Ainda que Madonna não tenha vindo, e Elton John não tenha conseguindo patrocínio, pode-se dizer que a quantidade de supershows internacionais em São Paulo e em outras capitais brasileiras aumentou muito nos últimos anos – e não são só aqueles que estão ladeira abaixo na carreira que aparecem em terras tupiniquins, vide U2 e Jack Johnson.
O que me deixa passada -- para não dizer puta -- é como esses eventos são elitizados e sempre viram um perrengue para aqueles que não querem/podem gastar algumas centenas de reais por uma noite de diversão.
Virou moda: os ingressos são vendidos cada vez com mais antecedência – o do New Order, por exemplo, ficou na minha gaveta por quase quatro meses. As filas estão cada vez mais homéricas – ainda está fresca na memória a palhaçada para o show do U2. E os preços, cada vez mais absurdos -- a venda pela internet costuma custar 15% a mais, sem falar na exploração dos flanelinhas (R$ 15 por uma vaga na rua), se você optar ir até a bilheteria.
O exemplo mais recente é o Coldplay. Tudo bem que Chris Martin e companhia estão numa fase mais intimista, se apresentando em espaços menores e tal, mas colocar a galera sentada a R$ 300, R$ 400 é abusivo. Show de rock ou pop tem de ser em pé! A energia de uma pista é inigualável – só assim dá para dançar, pular, abraçar, beijar...
Mas como tem quem pague (os ingressos esgotaram em menos de dois dias), ótimo! O importante não é proporcionar uma noite inesquecível para o público. A ordem é lucrar o máximo que der. Dane-se a magia. Dane-se a música. Dane-se a arte.

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