Sessão da Tarde

O duelo estava marcado. Encontraram-se em frente ao saloon. Com as mãos nas cartucheiras, se encararam. Bang-bang. Plim-plim.

Baixa Fidelidade

Foram exatamente 54 minutos pra fazer esta lista, proposta pelo In Other Worlds.
Costumo ter muita dificuldade com rankings. Acho que depende sempre. Depende do momento, do dia, da estação do ano, do humor, do estado de espírito, do coração, do ambiente.
Se enumerar meus lugares favoritos sentada numa linda praça de Paris, provavelmente a capital francesa estará entre eles. Se estiver numa fase apaixonada, só livros e filmes românticos vão figurar nos tópicos 7 e 8.
Portanto, aí vai a minha lista de hoje, 25 de maio de 2007.


1. Sete coisas que faço bem:

- amigos
- manter a turma/a família unida
- roteiros de viagem
- ler mapas
- dirigir
- manha
- cafuné

2. Sete coisas que não faço e não sei fazer:

- jogar ping-pong
- jogar cartas (qualquer jogo)
- sambar
- assobiar
- contar piada
- andar de salto alto
- esquiar

3. Sete coisas que me atraem no sexo oposto:

- inteligência
- conhecimento
- educação
- bom humor
- romantismo
- iniciativa
- olhar


4. Sete coisas que não suporto no sexo oposto:

- ignorância
- fraqueza de caráter
- falta de educação
- folga
- comodismo
- arrogância
- desrespeito


5. Sete coisas que digo com freqüência:

- Amore!
- Bizarro!
- Putz!
- Ele simplesmente não está a fim de você.
- Tô entediada.
- Preciso de chocolate.

6. Sete atores/atrizes que admiro:

- Johnny Depp
- Kate Winslet
- Marcello Mastroianni
- Drew Barrymore
- Christian Bale
- Rodrigo Santoro
- Fernanda Torres

7. Sete filmes favoritos:

- Encontros e Desencontros
- Amor À Flor da Pele
- Terra Estrangeira
- Fim de Caso
- Albergue Espanhol
- Bonecas Russas
- Quase Famosos


8. Sete livros favoritos :

- As Mil e Uma Noites
- Orgulho e Preconceito, Jane Austen
- Fama & Anonimato, Gay Talese
- A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera
- O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde
- Todos os Fogos o Fogo – Julio Cortazar
- Tia Julia e o Escrevinhador – Mario Vargas Llosa



9. Sete lugares favoritos:

- Londres
- Rio de Janeiro
- Veneza
- Paraty
- Lisboa
- Oia (Santorini)
- São Paulo

10. Sete pessoas que desafio a responder as perguntas acima:

- os sete leitores assíduos desse blog.

Bodas de Prata

Abriu os olhos. Depois de 25 anos, não reconheceu o homem ao seu lado. Voltou a sonhar com Sean Connery. Era um velho conhecido.

Estado de Circo

Pego emprestado o nome do blog do Rodrigo para este miniconto que brinca com o desafio por ele proposto.

Freqüentava o circo. Era amiga do palhaço e, às vezes, bancava a equilibrista. Um dia, caiu. E foi vaiada pelo respeitável público.

Portal dos Ventos

Existem duas tribos bem distintas que freqüentam a rústica Visconde de Mauá, no entroncamento de MG, RJ e SP.
Os primeiros são os alternativos, de cabelo rastafári, toucas coloridas na cabeça e baseados queimando entre as pontas dos dedos. Esses ocupam principalmente a Maromba, o pedaço mais riponga do distrito.
Os segundos são os apaixonados casaizinhos que buscam paz e paisagens românticas para namorar, namorar, namorar, namorar, namorar... Esses se escondem nas pousadas e nos restaurantes charmosos da vila de Maringá.
E todos se encontram no Escorrega, misto de tobogã natural e cachoeira, que é vítima de farofa durante os feriados e férias. Aconselho evitar.
Ao contrário, o que recomendo muitíssimo é a pousada Portal dos Ventos, considerada a mais alta de Mauá. Fica no Alto da Maromba e está 1.600 m. Apenas carros 4x4 conseguem chegar lá. Márcio, o proprietário da pousada, vem buscar os hóspedes, que deixam seus veículos num estacionamento logo após a Maromba, com uma Hilux. Esse é um serviço disponível 24 horas.
Menos de 10 minutos de sacolejo na estrada de terra, e vem a recompensa: uma vista 360º da Serra da Mantiqueira e de parte do Parque Nacional de Itatiaia.
As acomodações da Portal dos Ventos conseguem mesclar perfeitamente a simplicidade com o conforto, o aconchego e detalhes preciosos. O serviço é personalíssimo, são 2 chalés e 2 suítes, ou seja, 4 casais por vez. No quarto, há lareira, DVD e chuveiro bem quente, além do colchão, dos travesseiros e dos lençóis de primeira.
O café da manhã é servido num salão com vista para as montanhas e o jantar é à luz de velas e ao som de Frank Sinatra e Tom Jobim. As refeições são supervisionadas por Gleice, esposa do Márcio, que com ele forma o casal mais simpático da região.
Seja num fim-de-semana de sol, para curtir as cachoeiras menos conhecidas, como a do Macaco; num dia de névoa para se sentir nas “Brumas de Avalon”; ou numa noite em que o luar clareia a mata, se hospedar na Portal dos Ventos é um privilégio inesquecível.
Claro, para quem preferir, há o camping Parada dos ETs...

Mascarada

Alguém disse que esse lance de miniconto vicia. Eu sentei pra escrever um e sairam dez. Vou publicar um por semana aqui.

Aspirante à escritora, cobria o rosto e dava um baile. Quando a máscara caiu, descobriu-se a fraude.

O Rapto da Calça Jeans

Ela tinha seis meses. Foi adquirida, num acesso de peruice, por um valor irrevelável de três dígitos.
Tinha quadro botões em cada bolso traseiro (era bonita, juro!). E um deles caiu recentemente. Levei na butique para que fosse recolocado -- era um botão todo diferentão, impossível de achar parecido numa loja de armarinhos.
Sexta-feira passada, fui buscar a calça consertada. Antes de ir embora do shopping, fiz um pit-stop na Amor aos Pedaços para uma fatia (fininha!) de Bolo Mousse de Chocolate 0% de Açúcar.
À noite, me toquei que havia esquecido a sacola com a calça numa das cadeiras da doçaria.
Se estivesse em Londres ou Nova York, provavelmente a minha “unattended bag” teria sido capturada por um batalhão anti-bomba, sob a suspeita de os inúmeros botões serem, na verdade, detonadores de explosivos escondidos nos bolsos.
Mas estou no Brasil e minha preocupação era o jeans ser encontrado por algum espertinho que aproveitaria pra garantir o presente do Dia das Mães sem gastar nenhum tostão.
Foi um alívio quando liguei para a Amor aos Pedaços, e a atendente disse que tinha achado a sacola, sim, logo após a minha partida.
- Entreguei para o segurança. Ele levou pro SAC do shopping. -- me informou.
Eu mal sabia que estava prestes a encarar um mistério!
No SAC, me avisaram que uma calça jeans da Animale tinha mesmo sido encontrada. Porém, era número 36 e a dona, uma tal de Renata, a havia resgatado. Fiquei encafifada. Era muita coincidência, duas calças da mesma loja, perdidas no mesmo dia.
Fui ao shopping conversar pessoalmente com a mocinha do SAC. Não havia registro de nenhum jeans da Animale no livro de Achados e Perdidos. Fui até a Amor aos Pedaços. Mais uma vez a balconista me garantiu que havia entregado para um segurança, mas não sabia o nome do sujeito.
Ou seja, entre o trajeto entre a doçaria, no 3º andar, e o SAC, no 1º subsolo, minha calça simplesmente D-E-S-A-P-A-R-E-C-E-U.
A investigação está em andamento. Pretendo ir aos jornais!

Alguém tem um palpite do que pode ter acontecido?

Os suspeitos e as hipóteses:

a) A atendente da Amor aos Pedaços, que sujou a calça de marshmellow e a esconder na geladeira.
b) O segurança, que adora vestir modelitos femininos após o expediente.
c) A moça do SAC que, como eu, usa 42.
d) A culpada sou eu, que compro jeans caríssimos e só não perco a cabeça porque está grudada.
e) O mordomo.

Miniconto

Recentemente, fui jurada de um concurso de minicontos no blog Estado de Circo. Esta semana, eu e os outros dois jurados fomos desafiados a escrever nossos próprios textos de, no máximo, 150 toques. Tremi na base. Acho que criar algo interessante em tão poucos caracteres é um desafio e tanto. Abaixo, o miniconto que considerei “o menos pior” entre os mais de dez que rascunhei.

Ele avisou que ia comprar cigarros na padaria ali da esquina. Retornou logo, depois de 15 minutos. A esposa tinha saído. E nunca mais voltou.