Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Tuesday, October 30, 2007

Londres na Tela 2

Impossível falar de filmes com o charmoso acento britânico sem falar de Richard Curtis.
Sabe aquelas comédias sobre as aventuras e desventuras amorosas de um inglês atrapalhado e romântico, geralmente interpretado por Hugh Grant? São quase sempre obras desse roteirista que começou a carreira trabalhando com Rowan Atkinson (o Mr. Bean).
Não à toa, ele costuma dar um jeito de incluir uma aparição insólita do amigo comediante em suas histórias. Curtis é responsável pelos roteiros dos dois "Bridget Jones", de "Simplesmente Amor", "Um Lugar Chamado Notting Hill" e "Quatro Casamentos e Um Funeral". Vira manchete deste blog quem nunca teve chance de conferir esses filmes.
Eu assisti pelo menos 4 vezes cada um, e é tarefa impossível indicar um preferido, ou a minha cena favorita. Aí vão alguns destaques:
- a declamação do poema "Funeral Blues", de W.H Auden, no velório que intercala os quatro enlaces.
- o impagável flatmate de Hugh Grant, e a captação perfeita da atmosfera de Portobello Road e arredores, em "Um Lugar Chamada Notting Hill". Ah, tem também a frase de Julia para Hugh, mais ou menos assim: "Eu sou apenas uma garota pedindo para um garoto que a ame".
- As fossas regadas a vinho, cigarro e músicas de décadas passadas de Bridget Jones. E o aniversário dela, quando Mark Darcy aparece...e Daniel Cleaver também.
- O casamento de Keira Knightley, e a declaração que ela recebe na noite de Natal em "Simplesmente Amor".
Se lembrar de mais alguma, atualizo o post.

Labels: ,

Tuesday, October 16, 2007

Londres na Tela



Ao perceber que muitos leitores desse blog são, como eu, amantes de Londres, resolvi iniciar uma série de dicas de filmes que estão de alguma maneira relacionados à capital inglesa.
Minha primeira sugestão é a adaptação do romance “84 Charing Cross Road” que, em português, ganhou o nome “Nunca te Vi, Sempre te Amei”.
O endereço do título, ainda hoje procurado no centro de Londres pelos fãs do longa-metragem, é a localização da Marks & Co., uma livraria onde trabalha o reservado Frank Doel (Anthony Hopkins).
Durante anos, ele atende aos pedidos de uma cliente apaixonada por livros raros e usados que mora em Nova York, a escritora Helene Hanff, interpretada por Anne Bancroft (a eterna Mrs. Robinson).
Da correspondência entre os dois, nasce uma amizade pura e tocante. A paixão de Helene pela cidade, o amor aos livros e o carinho pelo livreiro crescem durante os 20 anos de comunicação escrita, mesmo sem ela nunca conseguir, por uma razão ou outra, atravessar o Atlântico.
Esse é um filme que mostra um mundo que não existe mais. Um mundo de troca de cartas, gentilezas e, principalmente, de amizade sem desconfiança ou interesse. Uma época em que um se preocupava com o outro, mesmo sem nunca se encontrarem. Um tempo em que as megastores ainda não haviam engolido os pequenos comércios de atendimento personalizado e a Europa sofria com o racionamento de alimentos conseqüente da Segunda Guerra Mundial.
Muito se discute sobre o quanto a história é verídica ou fictícia. Sabe-se apenas que a livraria e Frank Doel realmente existiram, e o livro foi escrito pela própria Helene. De qualquer forma, é um romance emocionante e triste, talhado para quem ama Londres e livros.
Prepare o kleenex, o cobertor e chame um amigo querido para ver junto.

Labels: ,

Monday, October 08, 2007

Depois de Dois Anos

Estou começando a esquecer de Londres.
Não das coisas principais, mas dos detalhes.
Aqueles detalhes que diferenciam os visitantes dos moradores. Os admiradores dos amantes. Aqueles que fotografam daqueles que vivem a cidade.
Pequenos conhecimentos que só adquire quem tem uma história com o lugar.
Estou começando a esquecer caminhos e nomes das ruas, odores e sons, e os segredos que Londres me confidenciou.
Quando penso em Londres -- e o faço frequentemente -- só vem ansiedade.

Labels: ,

Friday, October 05, 2007

Aquela Mulher

Aquela mulher andava de carro do ano.
Blindado.
Tinha dois celulares.
E o Blackberry.
Usava tailleur, participava de conference calls e viajava de executiva.
De um dia para o outro, aquela mulher passou a ter medo do escuro.
Dormia com a luz do corredor acesa.
Depois, não dormia mais. Só se tivesse um coelhinho de pelúcia entre os braços.
“Carência”, disse o psicanalista que cobrava 500 reais a sessão.
O próximo passo foi se mudar para a casa dos pais. E as noites eram passadas na cama deles.
Entre os dois, de preferência.
“Estresse”, disse o guru indiano que acendeu incensos pelo quarto.
Aquela mulher começou a falar errado, tinha problemas principalmente com o “r” e o “ch”.
Perdeu os dentes, um a um. Chupava o dedo e já não ia sozinha ao banheiro.
Sua existência agora era apenas comer, defecar e dormir.
Vomitava de vez em quando.
“Coisa do demônio” disse o padre que lhe fez o sinal da cruz.
Passaram-se anos até o dia em que aquela mulher sumiu da vista de todos.
Pouco depois, a barriga de sua velha mãe começou misteriosamente a crescer.

Labels:

Thursday, October 04, 2007

João

Certa vez, escrevi sobre o Pedro, meu sobrinho número um. Nada mais justo dedicar um texto também ao João, meu sobrinho número dois.

Meu afilhado nasceu numa noite de quase-inverno, durante a Copa do Mundo. Isso fará dele um garoto bom de bola? Muito cedo pra saber.
Mas já se sabe muitas coisas sobre o Joãozinho. De natureza calma e dócil, ele é um bebê bon vivant, comilão e bonachão. Dorme e ri que é uma beleza. Aceita beijos de bom grado, adora cafuné e distribuiu sorrisos que permitem que todos se encantem com sua única covinha.
Ele parece viver num tempo que é só dele e, quando percebemos, já está longe, aprontando alguma, bem quieto.
Mas quem consegue se zangar com aqueles olhinhos apertados que anunciam uma risada? Eu não!
Tem hora que seu cabelo é claro, tem hora que é escuro. Já teve olhos azuis -- que lhe renderam o apelido de Zulibuli, ainda em voga --, mas a genética materna falou mais alto, e hoje estão castanhos.
Algo me diz que ele será meu grande amigo e companheiro de aventuras. Não vejo a hora de poder levá-lo ao teatro, ao cinema, tomar milk-shake e ajudá-lo a montar um álbum de figurinhas. Da Copa do Mundo, é claro.

Labels:

Wednesday, October 03, 2007

Xô Preguiça

Meu pecado capital é a preguiça.
Não consigo lembrar de uma situação em que invejei ou fui avara. Soberba, então, menos ainda. Tenho ataques freqüentes de gula, meus momentos de luxúria e até ímpetos de ira, mas o meu crime, definitivamente, é a preguiça.
Sou capaz de passar um dia inteiro de pijama, lendo um romance e comendo besteira. Um dia não, vários.
Adoro me jogar no sofá e simplesmente ficar.
Ou jogar tetris por cinco horas seguidas.
Chego a faltar três semanas seguidas na academia. E não é por falta de tempo.
Tudo isso é paradoxal se levar em conta minha capacidade de trabalho. Envolvida em algo que me empolga ou sob pressão, sou capaz de virar dias e noites produzindo.
Os leitores desse blog devem ter percebido esse meu fraco. Mesmo quando não estou ocupada, os posts continuam escassos. Faltam idéias, mas também falta o esforço de buscar as idéias, de sentar na frente do micro e exercitar a mente e os dedos.
Acredito que seja uma espécie de auto-boicote. Deixar para amanhã, para a semana que vem, para o próximo mês, ano, década, tem sido o meu lema. Sou procrastinadora de carteirinha. Fazer “mais ou menos”, sendo que posso fazer “perfeito”, só por preguiça, já aconteceu mais de uma vez. E isso é perigoso.
Esse post é uma tentativa de afugentar a preguiça. Vou tentar escrever diariamente aqui a partir de hoje, nem que seja uma bobagenzinha como essa.

Labels:

Tuesday, October 02, 2007

Nahuel Huapi

Então jogamos pedrinhas no lago.
A competição era arremessar mais longe, mas eu sempre perdia.
E você inventou de atirar pedras maiores, e a gente se divertia com o “tum”.
E eu observava, muda, as ondas de choque se espalhando pela superfície.
Elas reverberavam dentro de mim.

Labels: ,

<