Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Wednesday, February 06, 2013

Vovó Alzira


Durante um bom período da minha infância, eu tive três avós. A mãe da minha mãe, a mãe do meu pai, e a vovó Alzira. 

A vovó Alzira era a dona da pré-escola que eu frequentava. Era uma escolinha especial, com uma área enorme, parecia um sítio. Havia muito verde, coelhinhos, galinhas d’angola e outros animais. Tinha um escorregador gigante de madeira no parquinho. Diante da minha estatura de criança, parecia ter quilômetros, mas talvez fossem só 50 metros. 

E tinha morros para subir e se sujar de terra e tinha as bananeiras para brincar de esconde-esconde. Essas bananeiras contam história! Mas fica para depois, porque agora vou falar sobre a Vovó Alzira. 

Ela não dava aulas, mas distribuía carinho. Abraçava a gente quando chegávamos no portão e nos beijava na hora de ir embora. Nos acalmava quando estávamos chorando e cuidava da gente quando ficávamos doentes. Seu QG era um lindo chalé de madeira, estilo suiço, com aqueles tetos inclinados que vão até perto do chão. Ficava ao lado da casa de bonecas. 



Vovó Alzira já era vovó quando eu tinha cinco anos. Na semana passada, pensei nela. Fiz mentalmente as contas de com quantos anos deveria estar: 90, imaginei.
Três dias depois, minha mãe me ligou. Vovó Alzira finalmente tinha ido se encontrar com as minhas vovós Nize e Ninha, onde quer que pessoas boas vão quando partem deste mundo. 

Tinha 94 anos e deixou, além de mim, outras centenas de netos.

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