Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Monday, April 10, 2006

Mentiras Sinceras


Saldo do fim de semana: dois filmes, um boteco, uma festa, e, principalmente, duas maravilhosas notícias.

Mas só vou comentar mesmo um dos filmes.

Estava louca para ver “Mentiras Sinceras” (Separate Lies). Não me arrependi.
Se não bastassem as paisagens do countryside inglês -- de tirar o fôlego --, o longa de Julian Fellowes (roteirista de “Assassinato em Gosford Park”) é sensível e tem ótimo roteiro.

James (Tom Wilkinson) e Anne Manning (Emily Watson) formam um casal típico da alta sociedade britânica. Ele, um bem-sucedido advogado da City, ela, uma dona-de-casa vários anos mais jovem.
Sem filhos e com dinheiro, os dois parecem felizes.
Quando um atropelamento fatal acontece perto da casa de campo deles, James acaba descobrindo que Anne tem um caso com Bill (Rupert Everett), o playboy local. Ela e o amante estavam juntos no carro que atingiu o velho jardineiro e fugiram sem prestar socorro.
Unidos pelo triângulo amoroso, marido, mulher e amante também acabam ligados por um pacto de silêncio para encobrir o crime.
Os personagens são extremamente reais em suas qualidades, fraquezas e necessidades. Não há vilões e mocinhos. Cada um tem sua razão e sua ética.
Assim que os letreiros começaram a subir, o rapaz ao meu lado comentou com a companheira: “Que filme estranho!”.
Ele deve ter “estranhado” a falta de clichês ao tratar de traição, amor, perdão e, acima de tudo (essa palavra provavelmente resume o filme), generosidade.
Os Manning não têm um casamento infeliz. Quem revela a traição ao marido é a própria Anne. Quem reaproxima a mulher do amante é o próprio James.
Meu vizinho deve ter esquecido que, na vida, agimos, sim, diferente do que esperam da gente e do que esperamos de nós mesmos.
Só não estamos acostumados a ver isso nas telas do cinema.

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3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Assiti ao filme umas duas semanas atrás. Só tinha gostado do roteiro e das atuações. Depois do seu comentário dei uns pontos a mais pra ele, confesso... Mas sei que é um filme que daqui uns meses tentarei e não conseguirei lembrar o nome.

8:16 PM  
Anonymous Anonymous said...

Eu não sei se sou tão real assim...
as vezes, me pego meio sonhador demais, meio que num daqueles romances bobos, onde o bem sempre triunfa e o mal só se ferra.
Pelo menos fico na esperança que isso aconteça.....


Sei lá.

Lindo texto má.

Bjos

8:22 PM  
Anonymous Anonymous said...

E que bom que podemos mudar os caminhos e nossos destinos. "Vou deixar a vida me levar" é bonitinho só na música do Skank. O legal é eu me levar pra onde eu quiser.

Putz, acho que só escrevi bobagem, mas vou publicar mesmo assim.

4:45 PM  

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