Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Thursday, August 31, 2006

A Casa do Lago


“‘A Casa do Lago’ é um filme ruim”, devem ter declarado vários críticos. E, se eu fosse analisar friamente, concordaria.
Os protagonistas, Keanu Reeves e Sandra Bullock, são lindinhos, mas não podem ser considerados os melhores atores disponíveis no mercado hollywodiano.
E quem tem uma boa quilometragem em filmes românticos é capaz de sacar o segredo da história na primeira meia hora.
Mas e daí? Eu não sou fria. Muito pelo contrário. E confesso que adorei o filme.
Não há coração vagabundo que passe imune a um romance como esse. Sandra é Kate, uma médica workaholic que se muda da tal casa do título. Ela deixa na caixa de correio um bilhete de boas-vindas ao futuro morador. Quem pega a correspondência é o arquiteto Alex, vivido por Keanu. Eles iniciam uma comunicação por escrito e logo descobrem: estão em anos diferentes. Ele em 2004, ela em 2006.
A troca de letrinhas resulta em paixão bem no estilo “Nunca Te Vi, Sempre Te Amei”.
E existe algo mais romântico do que se apaixonar através de cartas?
Acredito que, na última década, o e-mail resgatou um pouco disso. Seduzimos e somos seduzidos através de mensagens eletrônicas. Flertamos, nos declaramos, abrimos o coração e a alma, se não por meio da caligrafia, com certeza em caracteres Times New Roman.
Não acho que isso substitua o tête-à-tête, mas é uma delícia passar o dia pensando o que escrever para aquela pessoa especial e sentir um frio na barriga a cada chegada do pombo-correio virtual. E um texto bem escrito (e por bem escrito, não estou considerando apenas o ortograficamente correto) é um turn on.
Outro tema que me é caro -- e “A Casa do Lago” aborda -- é o tempo. Por conta do gap de 24 meses entre os dois personagens, há a dificuldade de estarem juntos.
Eu tenho verdadeira fascinação por romance que une passado, presente e futuro, que faz dois momentos distintos e distantes se tocarem de alguma maneira. Adoro “Em Algum Lugar do Passado”, “Kate & Leopold”, "Quero Ser Grande", "De Repente 30" e “De Volta para o Futuro”. Já li vários livros de viagens no tempo. O mais recente deles foi “The Time Traveller´s Wife”, um best-seller do verão passado na Inglaterra.
Gostaria de falar desse livro aqui. Mas aí já é tema para um outro tempo, um outro post.

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3 Comments:

Blogger Paulo C. said...

O filme é mesmo bobinho. Mas, como você disse ninguém fica imune...etc. Eu também gostei... me diverti, ué... Minha mulher, que foi comigo, começou a achar erros de roteiro e analisar o filme. Eu disse pra ela: Esquece isso! Viaja! Voa! Relaxa e brinca! Como é bom às vezes, tirar a seriedade e se permitir... Com relação às trocas epistolares (lékti, que palavrinha, hein) também acho super, duper esse resgate da linguagem escrita que o e-mail trouxe. Quer dizer, mais ou menos, né, porque "naum", "blz", "kra", e outras, não são exatamente a nossa linguagem, tão rica e tão maltratada. Mas isso é assunto pra um post inteiro. Ou vários...

12:00 AM  
Anonymous Anonymous said...

Amiga, 'The time travelller's wife' eh a sua cara. Quando eu vi, pensei em voce na hora e ate comprei pra te dar, lembra? Bom, agora ele ta la na minha estante e qualquer hora comeco a ler. Beijocas.

7:03 AM  
Blogger Andréa said...

Ah, esses filmes. Lembrei de "O Céu Pode Esperar" e aquele com o Mel Gibson (persona non grata por aqui), "Forever Young" (desculpe, não lembro o título em português). Também viajo bastante em filmes românticos que mexem com tempo.
Ainda não vi "A Casa do Lago", mas agora fiquei curiosa.
Beijo.

1:05 AM  

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