Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Wednesday, December 06, 2006

A Indústria Acima da Arte

Acho o máximo que o país onde vivo esteja na rota das turnês mundiais de bandas bacanas como Pearl Jam, Rolling Stones e Oasis.
Ainda que Madonna não tenha vindo, e Elton John não tenha conseguindo patrocínio, pode-se dizer que a quantidade de supershows internacionais em São Paulo e em outras capitais brasileiras aumentou muito nos últimos anos – e não são só aqueles que estão ladeira abaixo na carreira que aparecem em terras tupiniquins, vide U2 e Jack Johnson.
O que me deixa passada -- para não dizer puta -- é como esses eventos são elitizados e sempre viram um perrengue para aqueles que não querem/podem gastar algumas centenas de reais por uma noite de diversão.
Virou moda: os ingressos são vendidos cada vez com mais antecedência – o do New Order, por exemplo, ficou na minha gaveta por quase quatro meses. As filas estão cada vez mais homéricas – ainda está fresca na memória a palhaçada para o show do U2. E os preços, cada vez mais absurdos -- a venda pela internet costuma custar 15% a mais, sem falar na exploração dos flanelinhas (R$ 15 por uma vaga na rua), se você optar ir até a bilheteria.
O exemplo mais recente é o Coldplay. Tudo bem que Chris Martin e companhia estão numa fase mais intimista, se apresentando em espaços menores e tal, mas colocar a galera sentada a R$ 300, R$ 400 é abusivo. Show de rock ou pop tem de ser em pé! A energia de uma pista é inigualável – só assim dá para dançar, pular, abraçar, beijar...
Mas como tem quem pague (os ingressos esgotaram em menos de dois dias), ótimo! O importante não é proporcionar uma noite inesquecível para o público. A ordem é lucrar o máximo que der. Dane-se a magia. Dane-se a música. Dane-se a arte.

Labels:

5 Comments:

Blogger Paulo C. said...

"Money makes the world go around, the world go around, the world go around..."

"A força da grana que ergue e destrói coisas belas..."

"Quando a gente ama, não pensa em dinheiro, só se quer amar, se quer amar, se quer amar..."

"That´s the way you do it... Money for nothing and chicks for free..."

4:58 PM  
Blogger Klatuu o embuçado said...

Quer dançar, mascarada? :)

10:26 PM  
Anonymous Anonymous said...

É o preço que se paga exatamente por entrar na rota das grandes turnês internacionais (ou quase isso).

Quanto à venda exageradamente antecipada, nada contra. Acho ótimo, até. Boa divulgação, organização para a venda e boa, todo mundo que quer consegue seu ingresso com calma e em boas condições – ao contrário do que rolou para os shows do U2.

O problema está exatamente nos preços. Se é verdade que o Brasil está entrando na rota das grandes turnês – e não estou certo se é bem assim – também é verdade que querem cobrar preços pagos na Europa, nos EUA, no Japão e na Austrália. E, convenhamos, há demanda para isso. Os shows não têm ficado vazios. Quem organiza e vende os ingressos está interessado em esgotar as entradas. E aí não interessa quem compra.

Sobre o Coldplay, acho que não vale nem 25 centavos (não resisti à polêmica).

3:01 PM  
Anonymous Anonymous said...

Os preços são altos para o padrão brasileiro, mas estão muuuito abaixo do que é cobrado no Japão, Austrália e afins. A venda antecipada não faz diferença nenhuma, na verdade --o U2, só lembrando, foi antecipado tb. Se a Madonna viesse, a montanha de gente seria igual, mas talvez não durasse tantas horas, como no U2. Enfim... E relaxa! Coldplay deve marcar show extra.

4:13 PM  
Anonymous Anonymous said...

Eu acho que venda antecipada faz toda a diferença. The Killers vem pro Brasil em março (só um exemplo)? Gostaria de comprar já o meu ingresso.

Mas venda antecipada não é sinônimo de organização, como eu disse. Vide U2. A venda pode ser antecipada e organizada, é só usar a cabeça e ter boa vontade.

Cá, sobre os preços, no exterior há ingressos bem mais caros, é verdade. Mas os mais baratos se equivalem ao que se cobra por aqui. Fiz uma consulta rápida na internet. Shows de grandes turnês, tipo U2 e Stones, por 75, 90 dólares na Austrália. A diferença é que lá fora tem ingresso até de mil dólares, como no Japão.

5:16 PM  

Post a Comment

<< Home

<