Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Thursday, August 02, 2007

Finais felizes

Na minha dificuldade de desenvolver temas para esse blog, o amigo André (Crônicas de Guardanapo) me propôs um assunto: a necessidade de finais felizes.

Nem sempre gosto das conclusões venturosas, previsíveis e inverossímeis. Meus desenlaces preferidos, em geral, não explicitam a redenção, a catarse, o “felizes para sempre”. Aqueles que somente sugerem um caminho novo -- diferente do esperado -- me comovem muito mais.
Mas sempre existem momentos em que queremos uma “confort story.” Por isso, Cinderela e Patinho Feio ganham infinitas caras, cenários e roupagens há décadas e invariavelmente fazem sucesso com a massa. Todo mundo sabe o final (feliz), mas e daí? Um enredo desses acompanhado de uma caneca de chocolate quente no inverno é “chicken soup for the soul”. Tem hora que tudo que queremos é ver a madrasta se dar mal no final, o príncipe beijar a princesa, o bandido ser preso, o monstro ser morto.
Qualquer estudioso da psique humana explica a nossa necessidade de finais felizes. Os filmes da chamada Fábrica de Sonhos nos passam a sensação de que o mundo pode ser justo, a lei e a ordem podem ser restabelecidas, que o casamento é mesmo o ápice da felicidade, que vilões se dão mal e mocinhos nunca morrem.
E diante das telas, nos enchemos de esperança.

Mas fica a pergunta: e na vida real, o que é um final feliz? Morrer em paz?

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5 Comments:

Blogger André Debevc said...

Fim de Caso (um filme lindo aliás) nem sempre é fim de história. Poderia falar milênios sobre o verdadeiro final feliz. E quando escrevo, parece que o faço. Mas fica sempre a torcida, por mais cancerianos e melancólicos que sejamos, por momentos felizes. Muito antes do fim, pra termos depois muito o que lembrar e desejar que tivesse acabado de outro jeito.
André

3:33 PM  
Anonymous Anonymous said...

Aí é que está a questão, a vida não é um filme.

No cinema, mesmo nos filmes mais inovadores, existem sempre certos elementos: introdução, climax, desenlace.

Durante o tempo de um filme (90, 120, 180 minutos) trata-se de um assunto específico que termina em, normalmente, alguma mudança de rumo em relação ao estado inicial das coisas.

Mas na vida, tem sempre multiplas situações para serem resolvidas e elas ficam entremeadas.

Quando a gente morre, termina a história da gente, mas continua a história dos coadjuvantes (que são personagens principais nos filmes das suas proprias vidas).

Acho que a única conclusão à que se pode chegar é que por não haver um fim, não se pode falar em final feliz e me parece imediato caír no raciocínio, que apesar de ser senso comum é sábio, de que cada minuto é importante.

2:29 PM  
Anonymous Anonymous said...

Concordo com o Guilherme. Para algumas coisas, não existe final. Acho que naturalmente torcemos para que os momentos felizes sejam o final de nossas histórias - assim ficamos com aquela sensação de que durou bastante.

6:39 PM  
Anonymous Anonymous said...

Acho que o importante é o meio feliz. E como não acho que morrer é o final, podemos ser felizes (ou tentar) sempre, todo dia, de novo e de novo.

7:30 PM  
Blogger jardinière said...

Como eu já disse em outro lugar, o problema com os happy endings é que eles sao, na verdade, happy beginnings...
bjs

11:49 PM  

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