Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Tuesday, August 07, 2007

Chavinha Emperrada

Citei abaixo a minha dificuldade de escrever nesse espaço e ainda busco razão para isso.
Primeiro, foram a falta de tempo e a adaptação à vida de free-lancer. Nada mais justificável.
Mas quando a maré baixou, as ondas de idéias voltaram tímidas e bateram num Documento1 branquinho, branquinho, e viraram espuma.
Cheguei a culpar a felicidade – alguém já deve ter dito por aí que não existe criação sem dor. Se não, eu digo: o escritor é um sofredor por natureza.
E eu estou felizinha, tranquilinha. Desembarquei da montanha-russa de emoções. Não ando mais nem em roda-gigante.
Mas, no final, ainda penso que a melhor é a velha explicação de que existe uma chavinha no cérebro. Uma ferramenta que precisa ser virada para que se guarde num compartimento bem isolado as questões práticas do dia-a-dia, as preocupações e as necessidades e se possa soltar a imaginação, viajar, sonhar, criar.
E minha chavinha deu uma daquelas emperradas.
Tento todos os artifícios que conheço para azeitá-la. Ando lendo mais. Tenho me forçado a escrever, mesmo que bobagens sem nexo. Tenho pedido que me proponham temas.
Mas aflição de não conseguir trava ainda mais essa engenhoca.

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8 Comments:

Blogger Andréa said...

Marina, me aventuro a te aconselhar, nao como escritora, ja que nao me considero - pelo menos ate ter um livro publicado - mas como amiga de blog. Faca o caminho inverso. Em vez de ter um blog e por isso ser obrigada a escrever nele, mante-lo atualizado, pense no seguinte: voce gosta de escrever e precisava de um veiculo, por isso criou o blog. Agora utilize-se dele, e nao o oposto. Nao vire escrava. Pense nas coisas que te aborrecem e nas que te fazem feliz e como vc gostaria de passar isso pra nos, leitores. Nao comece pelo papel em branco, mas pelas ideias na cabeca. Aih, lembre-se de que vc tem esse espaco aqui a sua disposicao. Soh entao use e abuse. Acho que eh por aih. Ou nao, hehe. Ler mais e escrever bobagens tambem ajuda. ;)
Beijos solidarios.

10:45 AM  
Blogger Andréa said...

Estava lendo ontem a oite a edicao de abril da revisdta piaui, que minha mae muito gentilmente me trouxe do Brasil, e elmbrei de vc quando vi isso aqui: http://www.revistapiaui.com.br/2007/abr/humor.htm
:)
Beijo.

11:37 AM  
Anonymous Anonymous said...

Putz, entendo bem do que fala. Eu não estou tão felizinha quanto você parece estar, mas não reclamo. Acho que por não ter do que reclamar, me falta o que escrever.

6:35 PM  
Blogger F. said...

Não se acontece com vocês, mas muitas vezes me sinto frustrado diante de uma impotência para dizer tudo o que de alguma forma ferve no cadinho interior da minha cabeça... Como se tudo o que já escrevi ou ainda vou escrever estivesse desde o princípio lá, esperando a hora certa para morrer no papel. Uma sensação estranha e estressante, essa de travar diante das teclas com tanta coisa por dizer.

11:06 PM  
Blogger Don Rodrigone said...

Má! Também tenho sofrido com essa pane criativa... podíamos bolar uns temas uns para os outros... de repente sai coisa boa disso! ou talvez não... hehehe

2:47 PM  
Blogger Paulo C. said...

Nada mais assustador do que um papel (ou uma tela) em branco na nossa frente. A idéia da chavinha é perfeita. Uso muito a do canal (Monteiro Lobato criou para a Emília, a "torneirinha de asneiras")obstruído.
Comigo acontece muito isso. Sempre fico pensando nos cronistas que tem de entregar suas colunas semanalmente, e muitos em diversos veículos, sem poder se repetir, e com aquele espacinho exíguo. Fico admirado de como eles escrevem coisas lindíssimas, num espaço tão pequeno todos os dias ou todas a semanas. Mas essa deve ser a diferença entre eu e eles: eles t~em talento; eu não.
Outra coisa que você disse e com que me identifiquei é a história de perder o fluxo criativo, se não estiver sofrendo. Acontece , Má, que a gente (eu e você) usamos a escrita como terapia, e nesse ponto, dou razão prá Dé. É preciso inverter o processo.
Alguns escritores quando falam disso dizem que pra manter o canal aberto, usam o processo da disciplina: sentar ao computador todos os dias na mesma hora, levantar dali na mesma hora, criar um verdadeiro rito. Essa repetição parece favorecer o fluxo das idéias.
Na verdade, não sei o que funciona. Apenas sei que com dor ou sem dor, quando não consigo escrever isso me deixa profundamente angustiado...

9:50 PM  
Blogger Marcos Bonilha said...

Putz. Também ando assim.
É complicado demais...
Vou ver se dou umas marteladas na chavinha. rs

2:30 PM  
Anonymous Anonymous said...

Compreendo perfeitamente essa frustração sua e do Ferdi. Mas o simples fato de conseguir descrevê-la aqui no blog já é um progresso, certo?

7:56 PM  

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