Pensamentos (anti) românticos
Dia dos Namorados, bichinho de pelúcia e motel. A tríplice da falta de criatividade na vida dos casais.
Tantas coisas boas podem acontecer numa história a dois: as demonstrações de afeto, os olhares de cumplicidade, as pequenas delicadezas, os rituais particulares, os códigos próprios, os ataques de paixão.
Mas esses três elementos do universo amoroso -- 12 de junho, ursinho de presente e Studio A – são, na minha opinião, broxantes.
É tão sem graça comemorar uma data que existe por claras intenções comerciais. Dia dos Namorados é de todo mundo, basta ter o carimbo “committed”. Eu prefiro muito mais ter um dia que seja só meu e dele. Celebrado apenas por nós, à nossa maneira. E, principal: que somente a gente saiba que é especial e porquê.
Pensando bem, o que eu quero mesmo é um dia-a-dia de surpresas ao lado do amado, não apenas um cartão cor-de-rosa e um jantar à luz de velas por ano.
Romantismo não precisa ter data ou motivo pra acontecer. Um gesto, uma declaração, uma lembrança pode e deve acontecer a qualquer instante: na tarde daquela segunda-feira de trabalho, numa manhã preguiçosa de domingo ou depois da briguinha.
Quanto ao bichinho de pelúcia, simplesmente não consigo enxergar como presente romântico. É infantil demais. E infantilizar romance é o maior erro que os pares podem cometer. Melhor guardar a idéia para o regalo do sobrinho, do afilhado...Na dúvida, flores. Sempre.
Enfim, os motéis. Para começar, são cafonas. Tem tanto hotel bonitinho por aí...
Mas o maior problema é a falta de suspense e originalidade. Estar num motel é saber exatamente o que vai acontecer nas próximas quatro horas. Não dá pra fugir do pensamento que naquela cama redonda um casal acabou de se engalfinhar. E que assim que você sair, logo outro entrará naquela hidromassagem com o mesmo propósito. Do outro lado da parede da direita, claro, tem mais uma dupla se pegando. Na da esquerda, idem. Linha de produção. E não, ouvir os gemidos dos vizinhos não é excitante. O espelho no teto, talvez...
Labels: mau humor, relacionamentos
5 Comments:
Concordo com tudo. Mas senhorita, nem me venha com essa de que motel é ruim a qq hora...
Concordo plenamente. Ursinho, infantilização, data comercial... Mas motel de vez em quando é ótimo.
E eu achava que era louca... Nao é que tem muito mais gente que pensa assim??? Viva o romantismo criativo! Viva as segundas-feiras eróticas! Viva os domingos com gostinho de véspera de feriado! Sejamos felizes, apenas...
Beijo enorme!
Má Querida,
Dessa vez vc se superou!!!
Fala sério... bichinho de pelúcia é ph... mas um motelzinho, vez por outra, só para quebrar a rotina nem é tão mal... só não precisa ser no dia 12 de junho... até porque as filas são imensas...rs... e fila de motel sim é que é cafona!!!! beijos
Os nomes, as datas, parece que tudo tem que estar pré-estabelecido. E romantismo é ser surpreendido com a atitude de alguém que se gosta. Não tenho nada contra ursinhos, mesmo não gostando muito. O que importa é a atitude. E se esta surpresa vier acompanhada de um ursinho...Fazer o quê? rs
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