Le Bal Masqué

Masquerade! Every face a different shade...

Friday, September 21, 2007

Um Pulinho no Vizinho




A alternativa mais prática para o morador do “país tropical abençoado por Deus” (hahaha) conhecer, brincar e pagar mico na neve é ir até a vizinha Argentina, mais precisamente a São Carlos de Bariloche.
A cidade à beira do lago Nahuel Huapi (por conta da difícil pronúncia do nome indígena, vira “Manuel Api” nas bocas verde-amarelas), com sua famosa estação de esqui -- o Cerro Catedral -- é um destino popular há pelo menos três décadas, quando meus pais foram, na lua-de-mel, de Fusca até lá.
Hoje, com o câmbio favorável, esse pedaço da Patagônia (sim, lá já é Patagônia), ganhou o apelido de Brasiloche, devido à horda de paulistas, cariocas, pernambucanos, gaúchos, mineiros, etc., que invade a Calle Mitre, a rua principal, e também os restaurantes de parrilla, as pistas de esqui para iniciantes e as chocolaterias.
E como é chegada numa boa pechincha, a turma brazuca também faz fila na porta da loja da marca Puma, na mesma calle Mitre, esteja 20 ou 0º C do lado de fora. Os preços chegam a ser 40% mais baratos que na filial dos Jardins.
Mas é a 80 quilômetros dali, quase no Chile, que encontrei uma verdadeira jóia andina, incrustada na cordilheira.
É a Villa La Angostura, cidadezinha de centrinho charmoso, estação de esqui mais refinada e as surpreendentes baía Brava e baía Mansa. De circular, por 1 peso, se chega na ponta de uma península do Nahuel Huapi onde, de um lado, as águas circundadas por florestas verdes e montanhas nevadas são agitadas. E a poucos metros dali, do lado oposto, a baía é maior, e o lago é espelhado pela calmaria. Simplesmente lindo.

Obs. Mais fotos em http://www.flickr.com/photos/lebalmasque/

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Saturday, September 01, 2007

Balança? Mas não caio

Quem me conhece sabe que estou mais para uma pintura renascentista do que para um editorial de Vogue.
É o preço que pago pela minha genética, meu prazer diante de uma pizza margherita e minha total falta de disciplina.
Cresci vendo minha mãe fazer dietas mirabolantes, minha tia reclamar da balança, minha prima tomar bola para perder peso. Já a minha vó, minha querida vovó Nise, era a gordinha mais linda do mundo, e dizia que tudo isso era bobagem, normalmente, enquanto me servia uma fatia de um pão-de-ló recém-tirado do forno.
Houve um tempo que desejei ser magra. Hoje, mais do que me aceitar, gosto de ser assim: braços e coxas roliços, manequim variando entre 42 e 44, rosto redondo, barriga saliente.
Bem, a barriga eu não sentiria falta se desaparecesse.
Mas o que quero dizer é que me assumo como uma mulher grande, com aparência e jeito de “donna napoletana”.
Claro que não faço apologia à gordura, acredito que o importante é ser saudável e se isso significa fazer exercício físico, comer moderadamente e controlar a compulsão por doces, tentarei sempre seguir essa orientação.
Mas, como muito se fala por aí, não me rendo a tal ditadura da beleza imposta pela mídia. Sei que esse assunto é batido, mas é exatamente por isso que toco nele.
Na minha adolescência, sofri por querer ter um corpo que não combinava comigo nem com a minha estrutura, mas o motivo não era as atrizes elegantes e modelos esqueléticas. Essas mulheres sempre estiveram num mundo distante do meu.
O que humilha é o preconceito que existe ao redor, muito perto de nós. Muitas vezes, está na nossa casa. E também no mercado de trabalho (ouvi casos de empresas que evitam contratar obesos), nas lojas do shopping (que não fabricam calças acima de 42 porque não querem “gordas” usando as suas marcas), e até na construção civil.
É só pelo pavor de ouvir um pedreiro gritar “Fiuuu, fiuuuu, gordinha!” que revejo minha convicção de não ligar tanto para as razões estéticas.

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